quinta-feira, 26 de março de 2015

Pré-Estréia do novo longa da Companhia Bueiro Aberto


Quando nosso teto está em ameaça, o documentário engajado se torna arma perante as injustiças cometidas por um Estado que mais se preocupa em reinventar dívidas e prolongar nossos grilhões, do que beneficiar essa mesma população que estaria sob sua tutela. Com início das gravações em 2014, poderemos ter acesso neste março de 2015 ao documentário Sítio São Francisco – Casa Alvo, mais uma produção da Companhia Bueiro Aberto, chegando agora ao seu segundo longa-metragem. 
O documentário em foco é fruto da necessidade e da resistência que se faz intrínseca em um dos bairros periféricos de Guarulhos, SP. Já completando alguns anos, a ação truculenta do Estado, neste caso sendo representada pelas remoções de famílias residentes há décadas no bairro Sítio São Francisco, se tornou algo mais que cotidiano. A especulação imobiliária e a ação gananciosa e predadora de instituições que representam o Estado,  levadas a cabo pela CDHU, faz com que histórias e construções familiares de longa data sejam desfeitas sem quaisquer justificativas plausíveis, oferecendo aos antigos moradores de áreas ocupadas e “irregulares” uma dívida exorbitante de quase 30 anos para comprarem de forma obrigatória os apartamentos oferecidos.
Tudo isso e mais um pouco será trabalhado com minúcia no documentário. A luta por moradia nas grandes cidades cresce na medida em que crescem as desigualdades e a miséria promovidas por nosso sistema político e econômico que se revela insustentável para o homem. Quando nossa casa se torna alvo, a luta e a resistência se tornam elementos indispensáveis. Confira tudo isso na exibição que ocorrerá no Espaço Cultural Mané Garrincha!


PRÉ ESTRÉIA DIA 28/03, SÁBADO, ESPAÇO CULTURAL MANÉ GARRINCHA

RUA SILVEIRA MARTINS, 131, METRÔ SÉ (SAÍDA PELO POUPATEMPO)

DIREÇÃO: Caio Fiumari

ROTEIRO/PRODUÇÃO: Caio Fiumari, Bruno Quixote, Roger Sanasci
FOTOGRAFIA: Caio Fiumari, Roger Sanasci, Ariane Pires
PÓS-PRODUÇÃO: Daniel Neves
EDIÇÃO: Diego Andrade
TRILHA SONORA: Walter Macarrão


Mostra Marginal de Curtas completa um ano com filme sobre Nelson Cavaquinho

No mês de março, a Mostra Marginal de Curtas, realizada no Sarau Carolina, completou 1 ano. Exibimos o curta Nelson Cavaquinho, do saudoso Leon Hirszman, grande nome do cinema novo brasileiro. Um filme gravado no morro com um dos maiores sambistas da nossa história!







sexta-feira, 6 de março de 2015

Mostra Marginal de Curtas exibirá "Nelson Cavaquinho" na comemoração de um ano do Sarau Carolina

Nesse sábado, o Sarau Carolina, organizado pelo coletivo de literatura marginal "Jornal Dialética", comemorará um ano de muita arte. E como não poderia deixar de ser, a Companhia Bueiro Aberto marca presença com mais uma exibição da Mostra Marginal de Curtas, que também já está chegando no seu um ano.

O filme exibido é uma referência nos trabalhos que vêm sendo produzidos pela Companhia: Nelson Cavaquinho, de Leon Hirszman. Cineasta conhecido do cinema novo, Hirszman sempre manteve seu interesse pela cultura popular e pela luta política. Além de adaptar obras da literatura como o clássico São Bernardo , de Graciliano Ramos, fez documentários como "Partido Alto" (gravado nos morros cariocas) e uma série denominada "Cantos de Trabalho", no qual ele investiga os cantos que se criaram nas plantações de cana do nordeste. Também dirigiu o conhecido "ABC da greve", sobre a greve dos metalúrgicos do ABC liderada pelo então sindicalista Lula.

Em "Nelson Cavaquinho", ele retrata o cotidiano de um dos maiores sambistas do Brasil. Fora as músicas que dispensam comentários, há imagens de Nelson no bar, na rua, com os amigos, em casa.
É a vida de um artista que cresceu e se desenvolveu no morro, mantendo sua raiz e sua história. E é assim que ele conta seus anseios, suas angústias, suas inspirações. A câmera viaja pela favela e compõem imagens com elementos como o menino que empina pipa, o violão, as crianças, o sambista.