Em um bairro qualquer,
periferia, algumas pessoas, de forma não combinada, se reúnem cotidianamente
numa roda de choro. Esse é o mote do novo filme da Companhia Bueiro Aberto,
realizado na casa de Luis Macambira, na cidade de Guarulhos, grande SP. O que
se pode esperar? Só sabemos quando
começa a roda e o bandolim passa a cantar com o violão.
“Numa
roda de choro” vai de um momento de confraternização à uma discussão acirrada
sobre cultura popular, nacional, erudita, industrial, ao conceito de música e
sua resistência, à história do povo brasileiro, suas raízes e matizes. E tudo
isso com a cerveja na mesa e a alma nas mãos. Chorões anônimos se juntam numa
roda que mantém viva a chama da cultura popular, retomam grandes clássicos do
choro como João Pernambuco e Garoto, batem um papo, divergem, comemoram a arte
feita do coração.
Com
a influência do cinema novo e do filme “Partido Alto” de Leon Hirszman, a
preferência pela câmera na mão propõe a dinâmica da humanização no olhar da
lente e a formação de certa montagem no ato mesmo de filmar.
Há ainda a figura do
Poeta da Noite, boêmio e cantador dos seus chorinhos em versos, que coroa a
união entre o toque dos instrumentos e a poesia.
ROTEIRO E DIREÇÃO: Daniel Neves
PRODUÇÃO: Diogo Fonseca
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Jimmy Andrade
EDIÇÃO: Ton Neves
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