quinta-feira, 5 de novembro de 2015

2 curtas da bueiro aberto estreiam nesse sábado


Nesse sábado, dia 07/11, dando continuidade a Mostra Marginal de Curtas no Sarau Carolina, a Companhia Bueiro Aberto tem o orgulho de estrear dois curtas quentinhos que acabaram de sair do forno. Ambos, assim como a mostra, são parcerias feitas com o Jornal Dialética  e foram inspirados em dois livros publicados pelo Selo independente do coletivo. Um Verso na Maquinaria foi dirigido por Diogo Fonseca e Transmutação por Renato Queiroz, curtas experimentais que se fiaram muito na improvisação do set de gravação.


UM VERSO NA MAQUINARIA

Numa releitura do livro "Um Verso na Maquinaria" do cineasta e escritor Daniel Neves, o curta homônimo foi feito no gênero documentário e surgiu de uma experimentação cinematográfica. Sem roteiro prévio além de um rascunho mínimo, o filme se construiu no próprio processo de produção. Diogo Fonseca e Daniel Neves percorreram diversos ambientes da cidade de Guarulhos e foram gravando o que pedia o momento, concepção que persistiu na montagem.

No fim, temos a figura do poeta na cidade refletindo o império das máquinas, a multidão solitária que move seu livro com a pergunta principal sempre de pano de fundo: é possível existir poesia em meio ao caos urbano atual?

Mas além disso, ele conta na sua biblioteca como começou a escrever, quais são suas influências e o que caracteriza sua poesia. Já na boemia do bar, coloca questões acerca do novo movimento de literatura marginal que toma conta das periferias urbanas do qual se sente parte integrante, seu gosto pela poesia popular.

Trechos de poesias, declamações, a figura do violeiro Diogo Fonseca que observa a cidade do alto da montanha com suas músicas que representam os conflitos do poeta.

"Um verso na maquinaria" narra a esperança da poesia resistir e se fazer mesmo cerceada pelo concreto frio. Como diz Daniel, é a metáfora de Carlos Drummond de Andrade, é a flor que nasce no asfalto.

CURTA METRAGEM: 14 min.
DIREÇÃO: Diogo Fonseca


TRANSMUTAÇÃO

Adaptado do livro "Rabiscos Surrados" de Renato Queiroz, no gênero de ficção, o curta "Transmutação" também traz fortes elementos de um cinema mais espontâneo, aberto ao desenrolar da produção. 

Como no poema homônimo, nos deparamos com a história de um homem perdido entre o vazio completo (expresso na direção de arte que moldou um espaço solitário e na fotografia que trabalhou a escuridão claustrofóbica e a expressividade da personagem) e a libertação completa no seu ato violento de sair daquele lugar. De preso, vendado, nu, ele vai desfrutar sem medo do novo ser que é.

Marcado pela estreia no cinema do excelente ator Warley Noua, o curta é um marco no diálogo que a Bueiro Aberto vem tendo com a literatura, dessa vez, procuramos deixar a palavra um pouco mais de lado e trabalharmos firmemente na linguagem cinematográfica das imagens. Sem a necessidade de o poema  estar ali o tempo todo para explicar o que se passa. 

CURTA METRAGEM: 5 min.
DIREÇÃO: Renato Queiroz
ATUAÇÃO: Warley Noua






O poeta Daniel Neves mostra os cadernos onde começou a escrever



Transmutação marca a estreia de Warley Noua no cinema

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