Glauber, o maior nome do cinema novo, foi contratado para filmar a posse do então governador do Maranhão, o famoso José Sarney, figura que ainda perdura na pauta política do país. Em vez de fazer uma apologia ao discurso populista do oligarca, Glauber mostrou as contradições sociais daquele estado, a miséria do povo. A fala de Sarney entra em franca contradição com a realidade desigual.
Qualquer semelhança com nosso presente, onde as eleições e a democracia são como meros elementos retóricos, não é mera coincidência. Uma releitura desse curta está no filme "Luises", de 2013, do coletivo maranhense "Éguas, coletivo audiovisual", o maranhão de ontem e o de hoje se misturam.
Quem diria que rodaríamos Glauber Rocha na quebrada? Para nós, tal exibição é um marco, pois representa a consolidação da Mostra (já que rodamos curtas com periodicidade) e o mergulho na história do cinema independente, iniciado nas exibições anteriores. Criamos nossa própria difusão, estamos provando que não precisamos ficar sujeitos à televisão e aos moldes americanizados.
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